Sushi Lounge

O trabalho anda uma loucura. Se é chavão dizer que o ano do brasileiro começa depois do carnaval, este ano para mim (e para todos os culpados deste blog) isso está sendo verdade. Mas vamos lá...



Um dos posts atrasados é o Sushi Lounge, um dos muitos restaurantes japoneses que surgiram em Maringá nos últimos anos, e certamente o mais escondido deles. Ele está ali encravado no meio da Zona 4, na Rua Joaquim Nabuco, 366.

Um dos diferenciais é que eles não servem o famoso rodízio de comida japonesa, regado a muito sushi e sashimi, com a finalização cruel dos pratos quentes. Lá o serviço é à la carte.

Esta foi a segunda vez que visitei o lugar. Da primeira vez, já há algum tempo, apenas fui num final de tarde comer um sashimi de tilápia com meu irmão. Desta, fui com a Jú jantar num domingo à noite.

De entrada, resolvemos pedir uns sushis. Ela escolheu hosomakis hot roll, já bastante conhecidos dos frequentadores de rodízios. Para que não conhece, segue a foto:



Nada mais são do que hosomakis com o tradicional nori (alga marinha) por fora, recheados com filé de salmão, levemente empanados numa massa fininha, e fritos (argh!). Confesso que não tenho nada contra essa onda fusion da comida nipo-brasileira. Mas, para mim, sushi frito já é demais. Tira a textura do nori, e deixa o gohan meio azedo e "chicletudo". Mas "gosto não se discute", a Jú e a grande maioria dos habitués desse tipo de restaurante adoram a heresia...

Eu também escolhi um  sushi pouco tradicional: um uramaki (nori por dentro e não por fora, como no hosomaki) de salmão com kani e molho de pimenta (!).


Para a minha decepção, o gohan usado no sushi parecia estar meio velho e ressecado. Em razão disso, e sobretudo porque não havia o nori por fora para segurar o arroz em sua forma, o uramaki veio desmanchando. Era só pegar na mão que a iguaria desmanchava...

Outro problema do uramaki foi a falta de pimenta. Realmente, se o cardápio diz que o sushi é de "salmão apimentado", o mínimo que se espera é um leve ardor da pimenta. Mas infelizmente nem parecia que havia sido colocada a pimenta propagandeada.

É verdade que o sushi estava saboroso. Mas isso não me fez esquecer os desmoronamentos de arroz e a falta da esperada pimenta.

De prato principal, pedimos um yakisoba tradicional, com legumes, filé de frango e tiras de carne.



A apresentação não é lá muito inspiradora, como se pode ver da foto. Mas o sabor não é diretamente proporcional ao look do prato. A primeira surpresa que se tem ao experimentar o yakisoba, é que ele não segue a receita com influência predominantemente chinesa, que é a mais comum aqui no Brasil (pelo menos aqui no Paraná). O yakisoba chinês é aquele feito com macarrão nissin (o do famoso miojo) com sabor acentuadamente salgado. A receita japonesa, que é a seguida pelo Sushi Lounge, é mais adocicada (agridoce), com o macarrão assaí (cilíndrico e liso).

Outro diferencial positivo do yakisoba que experimentamos, e a crocância dos legumes. Um dos pecados mortais dos restaurantes (sobretudo os self service do almoço) é refogar demasiadamente os legumes dos prator orientais, deixando-os moles e pastosos. Convenhamos, comer uma pasta de cenoura, ou uma couve-flor em que nem se percebe a textura (o mais legal da couve-flor é a textura áspera!) é horrível, sem contar que todos os legumes e verduras ficam com aquele gosto igualado de shoyu fervido.

Lá no Sushi Lounge os legumes e as verduras do yakisoba são servidos al dente, como deve ser. Brócolis, pimentão, cenoura, cebola, etc., todos crocantes e com seus sabores conservados, temperados pelo sabor marcante do abundante óleo de gergelim.

Quanto ao ambiente e ao serviço, a impressão foi bastante positiva. O terraço/varanda de madeira é bastante confortável, e a localização afastada das principais avenidas torna o restaurante tranquilo, sem aquele fluxo (e barulho) incessante de carros. O serviço, em sua grande parte feito pelo próprio dono do restaurante (um nikkey que voltou há pouco do Japão) é simpaticíssimo e atencioso, servindo-nos com a pontualidade e a cordialidade esperada.


Enfim, desvendamos mais um dos restaurantes orientais da cidade. Não podemos dizer que é o melhor (Momiji e Tatibana à frente), mas há diferenciais que merecem ser experimentados, sem contar que o ambiente tranquilo e o serviço correto são prós que nem sempre são observados nos concorrentes.

PS: as fotos não estão com aqueeela nitidez, mas a iluminação estava bastante complicada pra tirar fotos em macro...

2 pitacos:

Bulga disse...

Esse é um dos melhores blogs de Maringá. Realmente faltava alguem para fazer esse tour gastronomico. Sugiro que nas resenhas também fale do preço- valores - e mostrar se é ou não justo.
Parabéns a todos!!

MSLF disse...

Bulga, é uma satisfação receber elogios de um jornalista abalizado como você, que há tanto tempo milita no universo blogueiro maringaense.

E a sugestão é valiosa, e será acolhida. Nos próximos posts procurarei informar os preços os quitutes experimentados.

Abração, e apareça sempre.

 
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