Olá

Este blog surgiu como uma resolução de ano novo. Há meses sou pressionado pela minha namorada, Ana Júlia, a criar o blog e sempre venho fugindo com respostas evasivas. Decidi, então, que neste início de ano o projeto que há muito vinha sendo gestado finalmente nasceria.

Neste espaço pretendo despejar idéias sobre a autêntica "comida de botequim", isto é, sobre aqueles quitutes e acepipes que são servidos nos botecos e que possuem incríveis requintes em sua elaboração; seja na alquimia das especiarias, seja no segredo do modo de fritura ou cozmento, ou até mesmo na própria apresentação do prato ao freguês.

Não têm lugar neste blog, portanto, meras "porções" servidas nos bares por aí.

De fato, os bares parecem adotar uma espécie de "dez mandamentos das porções barísticas", pelo qual são obrigados a incluir em seus cardápios um rol de "porções" que incluem as célebres "porções de batata frita", a "porções de calabresa", etc...

Nada contra a batata frita ou a calabresa, coitadas. O que revolta é a falta de identidade dessas porções! É preciso que os botequins dêem identidade e vida às porções desse famigerado catálogo de lugares-comuns, transformando-as em verdadeiros quitutes e acepipes, dignos de ostentar o predicado de autêntica "comida de botequim".

Para isso, não é preciso invencionices ou excentricidades. A divisa entre uma mera porção de bar, e uma "comida de botequim" é muito tênue. O que as separa é uma espécie de toque requintado, como um queijo parmesão de estirpe (não esses pós que são vendidos sob o rótulo de "queijo parmesão ralado") delicadamente espalhado sobre o porção de fritas, ou um cheiro de alecrim bem dosado na fritura da calabresa acebolada.

É, pois, para lançar idéias sobre esse mundo encantado de sabores e texturas que envolve a "comida de botequim" , que este blog foi criado.

Aguardem o próximo post, com fotos e idéias do primeiro acepipe!

3 pitacos:

Marcílio, o gêmeo malvado disse...

Acabo de descobrir o blog, e para o bem da informação e patrimônio histórico, me vi forçado a escrever o relato que segue:



Vicente como crítico gastronômico, pra quem não sabe, não é novidade.

Me lembro deste rapaz quando era menino pequeno, nos primórdios da faculdade de direito. Àquela época, Vicente media apenas incríveis 73 cm, mas já aterrorizava os donos de estabelecimentos de então, com seus impiedosos e sarcásticos comentários a respeito dos acepipes das diversas (três) cantinas universitárias - "acepipes" era então termo corrente e bastante utilizado pela moçada - "quitutes" era ainda utilizado, porém, com menos entusiasmo.

Vicente era então presidente-fundador da Juventude do SDB em Maringá (movimento que deu origem ao PSDB).


As primeiras críticas gastronômicas de Vicente foram publicadas no fanzine "Gluto: Phoesia e Gastronophomia". Se me recordo bem, versava sobre a famigerada pizza frita da cantina do RU:

"o mais chocante deste salgado é o processo de fritura de dentro pra fora, devido à absurda quantidade de óleo de soja cocamar dentro do petisco."

Desnecessário dizer que tal salgado jamais foi vendido novamente, e a Cocamar passou por três anos de aperto.

No mesmo texto, ainda arrematava:

"e o café é uma merda!"

Impiedoso e sem ter onde comer, Vicente seguiu sua carreira criticando os jantares nas casas dos amigos (geralmente deste que aqui escreve). Me lembro que foi aqui em casa a última vez que Wal fez sushi.

"Este sushi está uma merda" - estampava a "Gluto".

Portanto, donos de estabelecimentos de Maringá:

TEMEI.

Vicente vem aí, e o bicho vai pegar.

Marcílio, o gêmeo malvado disse...

Parabéns pelo blog, Vicente, tá ficando bacana.

Já tá linkado no meu.

Patricia disse...

Olá Vicente, td bom?Gostaria de um endereço para correspondência para enviar-te um "mimo" rs.Fico no aguardo e segue meu email para contato.

Atenciosamente,

Patricia
patriciavsclaro@hotmail.com

 
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